Aconteceu nesta última quinta (7) o lançamento da revista Correio Internacional em Recife, uma publicação central da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), que retomou o formato de revista impressa tida entre 1982 e 1995. O debate teve a presença marcante de Alejandro Iturbe, ex-ferroviário argentino, editor da revista e membro da executiva da LIT-QI.
Nas discussões foi abordado o tema de umas das matérias da revista nº2 que fala sobre a resposta dos trabalhadores na Europa frente aos planos de ajustes da burguesia para sair da crise, como vemos neste trecho da matéria: “A Europa continua sendo o centro da atual crise econômica internacional aberta em 2007. Isto obriga os governos e as patronais européias, da Grécia, à Grã-Betanha, a lançar duríssimos planos de ajustes e ataques aos trabalhadores, em uma feroz batalha para sobreviver como pólo imperialista, hoje debilitado frente aos EUA.” (Correio Internacional, Agosto 2010)
No debate, Iturbe destacou a necessidade da organização dos trabalhadores em nível mundial para que as conseqüências da crise não afetem ainda mais a vida dos que produzem a riqueza no mundo. Ainda enfatizou que a saída da crise só virá beneficiar a classe trabalhadora se uma nova sociedade for construída, uma sociedade socialista.
Para ter acesso à Correio Internacional (nº 1 e 2) em Recife, basta ligar para a sede do PSTU/PE F. (81) 3222-2549 ou enviar um email solicitando a revista: pernambuco@pstu.org.br
Alguns internautas enviaram perguntas para Iturbe, selecionamos três. Veja abaixo as respostas:
1) Quais os reflexos da crise na Europa para Brasil no próximo período?
Na medida em que a crise, ou mesmo uma recessão, se aprofunde na Europa - e também parece começar uma nova fase recessiva nos EUA - ela vai se refletir no Brasil com uma queda de investimentos, de produção e do comércio.
2) Como os trabalhadores podem evitar a crise no Brasil que assola a Europa?
Na verdade, no marco do capitalismo, o Brasil só pode evitar a extensão da crise que assola a Europa se os trabalhadores aceitarem as condições dos burgueses (rebaixamento dos salários e piores condições trabalhistas) para eles investirem tranquilos. Agora, se consideramos a situação econômica dos trabalhadores e de suas famílias, o único jeito de evitar a piora da realidade é: Primeiro - lutando; Segundo - mudando o Sistema Capitalista pelo Socialista. O único país que evitou (não sofreu) a crise de 1929 foi a URSS que continuou se desenvolvendo.
3) Organizações e grupos aproximam-se das posições trotskistas na Europa e rompem com reformismo e estalinismo?
São ainda processos pequenos, mas acredito que vão crescer na medida em que se aprofunde a crise econômica e política. Temos trabalho na Espanha, com a Corrente Vermelha (Corrente Roja) junto a uma corrente que vem do PC (a sua principal dirigente, Nines Maestro, foi deputada do PC). A Corrente Vermelha é um agrupamento do qual faz parte o Partido Revolucionário dos trabalhadores - Esquerda Unida (PRT), partido este integrante da Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional, Já na Itália, a seção da LIT é o Partido da Alternativa Comunista (PdAC) que vem de uma ruptura com a organização Refundação Comunista.
